
Programa permite a jovens de comunidade dar os primeiros passos no mundo do trabalho
O programa Aprendiz Carioca vai ser ampliado. O secretário municipal de Trabalho e Renda, Manoel Vieira, assinou nesta quarta-feira (19.02), ao lado do secretário municipal de Coordenação Governamental, Edson Menezes, protocolo de intenções que permitirá a renovação do programa entre o Município e a Rede Nacional de Aprendizagem (Renapsi), o Espro e o Camp Mangueira. Na cerimônia no Circo Voador, na Lapa, que teve até uma pequena apresentação de violino do próprio Secretário Edson Menezes, foi apresentado aos jovens o novo tutor do programa.
– Everaldo trabalha há quase 50 anos na Prefeitura do Rio. Ele é um exemplo de vida e de profissionalismo. Ele poderá tirar dúvidas e dar conselhos a vocês –, disse o secretário Manoel Vieira a cerca de 400 jovens que receberam, na Lapa, kit personalizado com mochila e camisetas do programa.
Implantado pela Secretaria Municipal de Trabalho e Renda (SMTE) em parceria com empresas e o Ministério do Trabalho e Emprego, o Aprendiz Carioca possibilita que jovens trabalhem em diferentes órgãos da Prefeitura e façam curso profissionalizante de auxiliar administrativo.
Para participar, é necessário estar matriculado em escola pública ou já ter concluído o Ensino Médio, e estar inscrito no Cadastro Único. São dois anos de contrato para jovens entre 14 e 24 anos, com registro em carteira de trabalho, carga de 20 horas semanais e auxílio-transporte. Dos 400 aprendizes cariocas, 20 são refugiados e vêm de países como Venezuela, Angola e Congo.
Além dos jovens e seus familiares, participaram da cerimônia na Lapa o superintendente regional do Trabalho Alex Bolsas, do Ministério do Trabalho e Emprego, os secretários Edson Menezes, de Coordenação Governamental; Luis Santos, de Integração Metropolitana; Martha Rocha, de Ação Social; Tainá de Paula, de Meio Ambiente e Clima; Renato Pelizzario; presidente da Fundação Planetário; Pedro Gerolimich, presidente da Imprensa Oficial; e o ex-secretário municipal de Trabalho e Renda, Everton Gomes, que foi homenageado por Manoel Vieira, entre outros.
– Estou aqui representando o prefeito Eduardo Paes e o vice-prefeito Eduardo Cavaliere. A nossa missão é seguir dando oportunidade às pessoas que mais necessitam. Projeto social dá certo e muda a vida das pessoas. Nós podemos fazer o que quiser. Sejam protagonistas da história de vocês –, disse o secretário Edson Menezes, ex-integrante do programa Jovens pela Paz e que tocou trecho da 9ª Sinfonia de Beethoven e da música “Baile de Favela”.
Os titulares das pastas que têm em seus quadros Aprendizes Cariocas receberam também uma placa de agradecimento pela parceria no programa. O presidente da Comlurb, Jorge Arraes, foi um dos primeiros a ser homenageado, já que a empresa é uma das principais parceiras do programa.

Carlos e Caio: dois irmãos aprendizes
Caio Felipe da Rocha Diniz, de 19 anos, está desde maio de 2023 trabalhando na Secretaria Municipal de Trabalho e Renda. Inspirado no irmão, Carlos, ex-Aprendiz Carioca e que hoje trabalha na ONU-Habitat, Caio é um dos Aprendizes que atua na Subsecretaria de Trabalho e Qualificação.
– Nós pesquisamos no banco de oportunidades da secretaria candidatos que se encaixem nas vagas oferecidas por empresas. E fazemos a convocação dessas pessoas –, explica o jovem, que mora com o irmão e a mãe diarista no Morro do Adeus, no Complexo do Alemão.
Como já concluiu o Ensino Médio, ele agora quer fazer faculdade de Tecnologia da Informação. Para Caio, o Aprendiz Carioca permitiu a ele entrar no mercado de trabalho e também “ajudar em casa”. E, no curso que faz graças ao programa, vem aprendendo como são formadas empresas, regras do mercado de trabalho e gestão financeira, entre outros temas.
Mariana Mattos, de 18 anos, está no Aprendiz Carioca desde agosto de 2023. Nascida em Madureira e criada em Acari, a caçula da zeladora Flávia e do embalador Messias trabalha na Subsecretaria de Trabalho e Qualificação, e sonha em ser enfermeira e trabalhar na área militar. Já está inclusive fazendo curso de técnica de enfermagem no Senac de Irajá.
– O Aprendiz Carioca me abriu uma porta e estou aprendendo muito a como lidar com o público e sobre trabalho. O que gosto de fazer, além de trabalhar? Adoro ler, principalmente os livros de Colleen Hoover, e jogar The Sims. E este ano vou desfilar na Beija-Flor –, diz a jovem flamenguista.
Dos 400 jovens, 20 são refugiados
Dos 400 Aprendizes Cariocas, 20 são refugiados e vem de países como Venezuela, Angola e Congo. Oito trabalham na Secretaria Especial de Cidadania e Família e outros oito, na Secretaria Especial de Proteção e Defesa do Consumidor. Outros três, ficam baseados na Subprefeitura da Barra e o último, na Comlurb.
– Gosto de estar aqui no Brasil, é um país maravilhoso –, elogia Yoselin Guanipa, venezuelana de 17 anos lotada na Subprefeitura da Barra. Ela veio com os pais de Guayana, cidade mais populosa do estado de Bolívar. – A situação lá era muito ruim, e eu tive que vir para o Brasil com minha família –, lembra Yoselin, que estreou no mercado de trabalho como Aprendiz Carioca.